No último domingo, Santa Maria ultrapassou a contagem de 1 mil casos suspeitos por coronavírus. Desde então, esse número tem tido um aumento elevado e, na quinta-feira, já atingia a marca de 1.162 pessoas. Todas elas recebem acompanhamento da Vigilância Epidemiológica Municipal.
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De acordo com o médico epidemiologista da prefeitura Marcos Lobato, atualmente são consideradas suspeitas as pessoas que apresentem sintomas de síndrome gripal (febre, dor de garganta, tosse seca e falta de ar). Ao procurar um serviço de saúde -unidades, emergências ou até mesmo as centrais de telemedicina - nessas condições, o paciente é avaliado, a conduta é tomada e a Vigilância é notificada (pelas redes pública e privada).
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- Infelizmente, por falta de testes no Brasil, a gente não consegue fazer os testes em todo mundo que é suspeito. Atualmente, o protocolo do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual é fazer o exame em pessoas que internam, os casos graves, em caso de óbito, em profissionais de saúde e em profissionais de segurança pública. Isso faz com que um grande número de pessoas que são suspeitas e que se encaixam naqueles sintomas, não tenham confirmada ou descartada a situação delas - explica Lobato.
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O monitoramento dos casos suspeitos é feito pelo Centro de Referência Municipal da Covid-19, por uma equipe multidisciplinar de residentes (enfermeiros, nutricionistas, dentistas, psicólogos) e pelos alunos do último semestre de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que são supervisionados por uma enfermeira e um médico responsável. Todos os suspeitos e casos confirmados recebem esse acompanhamento.
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- A recomendação é fazer esse acompanhamento a cada 48 horas. O que muda de classificação de suspeito para confirmado ou descartado é o exame. Sem ele a pessoa não sai da lista. Mesmo assim, nós não deixamos de acompanhar essas pessoas, porque elas podem piorar os seus quadros. Podem começar com sintomas leves e acabar com sintomas graves - comenta o especialista.
Se a pessoa considerada suspeita deixar de apresentar sintomas e melhorar, ela sai da lista de monitoramento, mas continua na listagem dos suspeitos, até essa pessoa ser testada - nesse caso, a categoria muda ou para confirmado ou para descartado. Caso a pessoa apresente melhora no quadro de saúde e não apresente mais sintomas, ela deixa de ser monitorada, porém, não sai da lista de casos suspeitos. Ela somente deixa de ser considerada suspeita se, um dia, fizer o teste.
- O que é mais importante nesse momento, quando não se não tem teste, é saber se a pessoa está bem ou não. A gente tenta cuidar das pessoas assim. A nossa preocupação é com aquela pessoa que está em isolamento social e tem poucos contatos, por exemplo, ou que tem uma dificuldade em notar que está ficando pior - conclui o médico.